sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Walden [ou Dentro da Natureza]


Uma ode a Manoel de Barros, por "Compêndio para o uso dos pássaros"



Hoje a tarde, no silêncio de Guaramiranga, me fizeram companhia os versos do lindo Manoel de Barros, além do gorjeio dos passarinhos, canto das cigarras, latidos da Paloma e cia e toda sorte de delícias do meio da floresta.
Lembraram-me meus dias de férias de infância por estas bandas de mata atlântica... Naquela época Guará era muito mais fria e eu nunca, nunca mesmo, sentia vontade ou pedia para voltar pra casa, lá na capital. Era como se tivesse nascida menina de interior...


Manoel de Barros fala com palavras que poderiam ser minhas: "Quando era criança eu deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio, Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto. Cresci brincando no chão, entre formigas.
(...)
Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor."


.


  
foto 1: bica Sítio Samambaia, 2011,  by me.
foto2 : casa de passarinho (com passarinho), Sítio Samambaia, 2011, by me.
foto 3: paloma e casa do Sítio Samambaia ao fundo, 2011, by me
foto 4: paloma fazendo minha segurança no banho de bica, by me 2011
título: Neste título rendo mais uma homenagem. É a Henry David Thoreau, por seu "Walden" livro fundamental na minha história de vida, que só me ajudou a ter mais certeza de que o meu lugar não é na zona urbana. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário