sábado, 16 de novembro de 2013

It must be magic




I saw red (Warrant)

O it must be magic
How inside your eyes
I see my destiny
Every time we kiss
I feel you breathe your love so deep inside of me
And if the moon and stars should fall
They'd be easy to replace
I would lift you up to heaven
And you would take their place

Then I saw red
When I opened up the door
I saw red
My heart just spilled on to the floor
And I didn't need to see his face
I saw yours
I saw red then I closed the door

I don't think I'm gonna love you anymore

Everyday I wake up
I thank God that you are still a part of me
Opened up the door to which
So many people never find the key
And if the sun should ever fail to send its light
We will burn a thousand candles
And make everything alright

Then I saw red
When I opened up the door
I saw red
My heart just spilled onto the floor
And I didn't need to see his face
I saw yours
I saw red then I closed the door
I don't think I'm gonna love you anymore

I've been hurt
And I've been blind
I'm not sure that I'll be fine
I never thought it would end this way
Oo it must be magic

foto: Le petit parisien, by Willy Ronis, 1952)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O espetáculo repugnate do homem






"Mal saio na rua e exclamo: "mas que paródia perfeita do inferno! O homem e seu espetáculo repugnante" (Emil Cioran, em O apocalipse segundo Cioran) 

foto: Smeágol da série O Senhor dos Anéis, em foto pública na internet.

Casamento: modo de usar





Case-se com alguém que adore te escutar contando algo banal como o preço abusivo dos tomates, ou que entenda quando você precisar filosofar sobre os desamores de Nietzsche.
Case-se com alguém que você também adore ouvir. É fácil reconhecer uma voz com quem se deve casar; ela te tranqüiliza e ao mesmo tempo te deixa eufórico como em sua infância, quando se ouvia o som do portão abrindo, dos pais finalmente chegando. Observe se não há desespero ou  insegurança no silêncio mútuo, assim sendo, case-se.
Se aquela pessoa não te faz rir, também não serve para casar. Vai chegar a hora em que tudo o que vocês poderão fazer, é rir de si mesmos. E não há nada mais cruel do que estar em apuros com alguém sem espontaneidade, sem vida nos olhos.
Case-se com alguém cheio de defeitos, irritante que seja, mas desconfie dos perfeitinhos que não se despenteiam. Fuja de quem conta pequenas mentiras durante o dia. Observe o caráter, antes de perceber as caspas.
Case-se com alguém por quem tenha tesão. Principalmente tesão de vida. Alguém que não o peça para melhorar, que não o critique gratuitamente, alguém que simplesmente seja tão gracioso e admirável que impregne em você a vontade de ser melhor e maior, para si mesmo.
Para se casar, bastam pequenas habilidades. Certifique-se de que um dos dois sabe cumpri-las. É preciso ter quem troque lâmpadas e quem siga uma receita sem atear fogo na cozinha; é preciso ter alguém que saiba fazer massagem nos pés e alguém que saiba escolher verduras no mercado. E assim segue-se: um faz bolinho de chuva, o outro escolhe bons filmes; um pendura o quadro e o outro cuida para que não fique torto. Tem aquele que escolhe os presentes para as festas de criança e aquele que sabe furar uma parede, e só a parede por hora. Essa é uma das grandes graças da coisa toda, ter uma boa equipe de dois.
Passamos tanto tempo observando se nos encaixamos na cama, se sentimos estalinhos no beijo, se nossos signos se complementam no zodíaco, que deixamos de prestar atenção no que realmente importa; os valores. Essa palavra antiga e, hoje assustadora, nunca deveria sair de moda. Os lábios se buscam, os corpos encontram espaços, mas quando duas pessoas olham em direções diferentes, simplesmente não podem caminhar juntas. É duro, mas é a verdade.
Desta forma, esqueça todas as sugestões anteriores e guarde uma simples: antes de casar-se com alguém é preciso conhecê-lo bem, e isso é profundamente difícil quando não se conhece minimamente a si próprio. Sabendo que caminho quer trilhar, relaxe! A pessoa certa para casar certamente já o anda trilhando. Como reconhecê-la? Vocês estarão rindo. Rindo-se.
Diego Engenho Novo
**nota da editora: em geral os textos deste blog são de autoria da editora. Mas desta vez ela não pôde resistir à candura, poesia e inspiração do texto acima e o reproduziu com seus créditos.


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Decomposição

"Mal saio na rua, exclamo: "que paródia perfeita do inferno! O espetáculo do homem - que coisa repugnante!" (Emil Cioran em "O apocalipse segundo Cioran")


foto: por Silas de Paula, Fortaleza 8 de agosto de 2013, dia da tentativa de golpe sobre o Parque do Cocó.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dias de centauro



Escorpiana de nascença me descubro centauro. Com fortes pernas e quadris. E toda força que não combina com delicadeza. Mas ainda tão desconfiada como o lacrau cinzento.
Em dias de super lua a vida soa mágica e doce como se aquela imensa esfera fosse uma bacia de gelatina.
Hoje me surpreendo com o medo. O mundo acordou assustador. Lua em capricórnio. Explicado! O dia se arrasta como um velho  precavido e rabugento. E pesa sobre minhas costas. Me assusta. Me empurra pra dentro de casa. Fujo desse sol quente e claro que invade minha retina.
A tarde cai. A noite chega trazendo uma brisa que parece anunciar: vem aí todo frescor de aquário. Mais rápido, por favor. Merci.






domingo, 9 de junho de 2013

Sobre a chapa sensível do tempo


"Só o futuro tem reveladores suficientemente fortes para fazer emergir a imagem em todos os seus pormenores" (BENJAMIN, Lisboa: 2008, Assírio & Alvim, Benjamin citando André Monglond)

O tempo: Deus real. Autor, historiador, lupa. Tudo constrói, tudo permite, tudo revela. Chapa sensível da vida: o tempo. Se olharmos a história como um texto veremos que, nos dois, existem marcas, imagens, assim como as imagens que foram fixadas numa chapa sensível à luz.
Portanto não nos apressemos. Nem tampouco: hibernemos. Vivamos o agora. O logo é suficiente.
Hoje abro os olhos e procuro aprender o que a história contemporânea me diz.  Ela me mostra que precisamos distribuir cada vez mais: amor, benesses, ganhos. Só com correta divisão desses bens entre todos nascerá um horizonte mais iluminado, em paz. E a violência será mínima.
Por hoje aprecio também as cores impressas na chapa sensível de minha biografia. O que vejo hoje me ocupa o suficiente. Vou brincar com as reflexões que a história me revela hoje. Nelas está o resultado do que experenciei, por vontade própria ou não, além das imagens [imagens dialéticas sempre, por favor] trazidas pelo que li, imaginei, pelas imagens que conheço, algumas paridas sem vontade.
Na fotografia do hoje me esbaldo. Ela me mostra onde me superei, assim como me traz os trechos de onde errei feio. Pena que precisarei da vida inteira para aprender a lição completa. E apenas isto lamento.
Nos pormenores desta imagem que posso admirar hoje vejo os detalhes que correspondem à idade que tenho: 36 anos e sete meses. E isto já é muita coisa, como diria um querido amigo meu.
Alguns traços estão fortemente marcados. De um preto número seis, como o do lápis de desenhista profissional. Me mostram como é tênue a linha entre sensibilidade e razão. E como não é tão distante assim o vale de lágrimas. Tenhamos pois, dentro de nosso apaixonado coração, uma pílula do antibiótico "juízo". Assim, teremos chances de um bom caminho, com bom final.
Fiquemos, pois, peixes. Um ótimo domingo a todos.

foto: foto da foto, by me, em  Paris 2012, em Musée d´art et d´histoire du Judaisme, em exposição Walter Benjamin Archives . A foto original: Walter Benjamin entre amigos, incluindo Hannah Arendt)
 

domingo, 10 de março de 2013

... embora eu tenha me fechado como dedos

 Maos dadas

E. E. Cummings – Nalgum lugar em que eu nunca estive

Nalgum lugar em que eu nunca estive,
alegremente além de qualquer experiência,
teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado,
eu e minha vida nos fecharemos belamente,
de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
ao poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)

ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas

( E. E. Cummings, tradução: Augusto de Campos )


sábado, 9 de março de 2013

Chico presents Criolo



Chico Buarque apresenta Criolo. Canta um trecho da música Cálice na versão feita pelo novato.
Foi assim que conheci a novidade...

http://www.youtube.com/watch?v=utJENUg2NJ4

 
Cálice (Criolo)
Como ir pro trabalho sem levar um tiro
Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita
E é capaz de tudo pra manter sua brisa
Os saraus tiveram que invadir os botecos
Pois biblioteca não era lugar de poesia
Biblioteca tinha que ter silêncio,
E uma gente que se acha assim muito sabida
Há preconceito com o nordestino
Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto
Mais não há preconceito se um dos três for rico, pai.
A ditadura segue meu amigo Milton
A repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai.
Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a coqueine, pai
Pois na quebrada escorre sangue,pai.
Pai
Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a coqueine, pai.
Pois na quebrada escorre sangue.




Foto 2: Criolo, foto divulgação (imagem pública)


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Novatos na minha estante: Guerra Paz, vols.1 e 2, Liev Tolstói


Há um par de datas desejava esse presente deixado por Liev Tolstói. 
Mas com seus dois largos volumes, não é das edições mais baratas.

Até que lá na Livravia Cultura, esta edição Cosacnaify estava a preço justo.
Arrematei na hora, mas tê-lo nas mãos não foi fácil. Foi mandado buscar em outra loja.

Enfim começo meu sonhado encontro [e quem sabe diálogo] com este que foi um dos grandes cérebros da literatura e da filosofia. Pregava [e praticava] a paz, a vida simples, a liberdade dos cidadãos, o não direito à propriedade privada, a vida perto da natureza. Acreditava no desapego, disse não ao capitalismo - regime opressor que atinge pobres (economicamente) e ricos (psicologicamente). Ou pensam que o consumismo não trás malefícios diretos à saúde de todos? Os piores males por ele causados são os psicológicos.
Lua de mel com Guerra e Paz. Ficar em casa está bem interessante... ADORO QUANDO ESSES AMORES CHEGAM!! Como aconteceu com Nietzsche, Benjamin, Thoreau, Rilke, Linspector , Manoel de Barros, Roland Barthes. Nestas horas a solidão para mim torna-se questão de vida ou morte. Necessidade. Como diz nosso Manoel de Barros: " a solidão me ilumina".
Transcrevo a seguir parte do prefácio escrito pelo tradutor dessa edição de Guerra e Paz, Rubens Figueiredo, sobre a biografia de Liev Tolstói.

O tradutor declara: " Ele mesmo [Tolstói] disse que seu livro não era um romance, nem um poema, nem uma contação de histórias, mas "aquilo que quis e soube expressar seu autor na forma em que foi expresso". Desde jovem teve sérias reservas quanto à literatura e a arte prestigiosas entre a elite russa- cujo modelo estava configurado na arte européia." E mais "Flaubert admirou-se muito com o romance, porém se mostrou escadalizado com essa face de Tolstói "Mas ele filosofa". Pois tanto na linguagem como na forma de ver a sociedade Tolstói parecia ter certo prazer em se mostrar um pouco bárbaro  - um bárbaro na casa dos civilizados. Se ele gostava de caminhar descalço na terra, de andar a cavalo sem cela, e se preferia conversar com mujiques analfabetos a falar com pessoas nobres e instruídas -preferência de que tanto se queixou sua esposa , ainda pouco depois de casar - talvez não caiba a nós, nas consições históricas que nos rodeiam, fazer pouco dos movimentos de possível falta de civilidade e de fineza literárias desse escritor russso" (Rubens FIGUEIREDO, tradutor e apresentador".

Cap. 1 pg 28
- Se o senhor não tiver nada nelhor a fazer, meu príncipe, e se a perspectiva de passar uma noite em casa de uma pobre enferma não o assusta em demasia, ficarei encantada em receber o senhor em minha casa, entre sete e dez horas." Annette Scherer
- Deus que investida virulenta!  [respondeu o príncipe, motrando-se chocado com o comportamento avançadinho, vanguarda, de Aneette Sherer.]

Mais peixe [tranquila] do que nunca... Meu coração bate feliz.    
 
 

 foto 1: meus novos filhos {Guerra e paz, Tolstói, Cosacnaify)
foto2: Liev (Leon) Tolstói, fotografia domínio público.

Estou indo para Strawberry Fields

 

Adoro essa viagem psicodélica aqui. Strawberry Fields Forever!!!!

E assim, de repente, num passe de mágica, meu mundo ficou azul de novo...

Fênix total.  *************Piscando de felicidade  ********* Uma felicidade que talvez tenha quatro letras. Ou não, como diria Caetano...   :-) 

Agora é que eu estou peixe mesmo.... uhuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!


 

 

 

Strawberry Fields Forever

(The Beatles)
Let me take you down,
'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real,
And nothing to get hung about.
Strawberry Fields forever.

Living is easy with eyes closed,
Misunderstanding all you see.
It's getting hard to be someone,
But it all works out;
It doesn't matter much to me.

Let me take you down,
'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real,
And nothing to get hung about.
Strawberry Fields forever.

No one I think is in my tree,
I mean, it must be high or low.
That is, you can't, you know, tune in,
But it's all right.
That is, I think it's not too bad.

Strawberry Fields Forever

Let me take you down,
'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real,
And nothing to get hung about.
Strawberry Fields forever.

Living is easy with eyes closed,
Misunderstanding all you see.
It's getting hard to be someone,
But it all works out;
It doesn't matter much to me.

Let me take you down,
'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real,
And nothing to get hung about.
Strawberry Fields forever.

Always know, sometimes think it's me.
But you know, I know when it's a dream.
I think a "No," I mean a "Yes,"
But it's all wrong.
That is, I think I disagree.

Let me take you down,
'cause I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real,
And nothing to get hung about.
Strawberry Fields forever. Strawberry Fields forever,
Strawberry Fields forever, Strawberry Fields forever.

Strawberry Fields Para Sempre

Me deixe te levar
Porque eu estou indo para Strawberry Fields
Nada é real
E não há nada com o que se preocupar
Strawberry Fields Para Sempre

Viver é fácil com os olhos fechados
Sem entender tudo o que você vê
Está ficando difícil de ser alguém
Mas tudo funciona bem
Isso não me importa muito

Deixe-me te levar comigo
Porque eu estou indo para Strawberry Fields
Nada é real
E não há nada pra se preocupar
Strawberry Fields para sempre

Eu acho que não tem ninguém no meu nível
Quer dizer, deve estar alto ou baixo
Ou seja, você sabe que não pode entoar
Mas está tudo bem
Assim, eu acho que não está tão ruim

Strawberry Fields Para Sempre

Deixe-me te levar comigo
Porque eu estou indo para Strawberry Fields
Nada é real
E não há nada para se preocupar
Strawberry Fields para sempre

Viver é fácil com os olhos fechados
Sem entender tudo o que você vê
Está ficando difícil de ser alguém
Mas tudo funciona bem
Isso não me importa muito

Deixe-me te levar
Porque eu estou indo para Strawberry Fields
Nada é real
E não há nada pra se preocupar
Strawberry Fields Para Sempre

Sempre, não, algumas vezes, eu acho que sou eu
Mas você sabe que eu sei quando é um sonho
Ás vezes eu penso que um não significa um sim
Mas está tudo errado
Por isso eu discordo

Deixe-me te levar,
Porque eu estou indo para Strawberry Fields
Nada é real,
E não há nada para se preocupar
Strawberry Fields Para Sempre
Strawberry Fields Para Sempre

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Pequena Rainha

 Mr. Rainmaker  (Warrant)

 

It could have rained for
Forty weeks dear
And I'd never know the difference
When your life is one
Long down pour
You're not sure you'll go the distance
You came along
With a patch of blue sky
Inside your arms
I found a place that's warm and dry
Mister Rainmaker
Don't waste your time
I found a girl
Who is permanent sunshine
She is the little queen
Of all of my dreams carry on
And find somene else to rain on

Find someone else to rain on

Love never rained down on me dear
Only heartache and problems
Now thorugh your arms I can see clear
It's only been raining water

Senhor Fazedor de Chuva

Poderia chover por
Quarenta semanas querida
E eu nunca saberia a diferença.
Quando sua vida é uma
Completa chuva,
Você não tem certeza se irá adiante
Você veio por aqui
Junto de um caminho de céu azul.
Dentro de seus braços
Eu encontrei um lugar quentinho e seco


Senhor fazedor de chuva,

Não perca seu tempo!

Eu achei uma garota

Que é o brilho permanente do sol

Ela é a pequena rainha

Que todos meus sonhos carregam.

Então ache outro alguém para chover em cima!

Ache outro alguém para chover em cima


Amor nunca choveu sobre mim querida
Apenas dores do coração e problemas
Agora, através de seus braços eu posso ver claramente
Que só havia chovido água.

foto: janela, Sítio Viaduto, Mury 2011

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Eu sei



Mais uma vez meu "primo" Nando Reis invadiu meus pensamentos e compôs letra e música que poderiam ter sido escritas por mim...
Então, só para eu mesma não esquecer, deixo-a gravada aqui...
Estou peixe. Fiquem peixes!
Já é quase sexta-feira... então bom fim de semana a todos!

Sei (Nando Reis)
Sabe, quando a gente tem vontade de encontrar
A novidade de uma pessoa
Quando o tempo passa rápido
Quando você está ao lado dessa pessoa

Quando dá vontade de ficar nos braços dela
E nunca mais sair
Sabe, quando a felicidade invade
Quando pensa na imagem da pessoa
Quando lembra que seus lábios encontraram
Outros lábios de uma pessoa
E o beijo esperado ainda está molhado
E guardado ali
Em sua boca
Que se abre e sorri feliz
Quando fala o nome daquela pessoa

Quando quer beijar de novo e muito
Os lábios desejados da sua pessoa
Quando quer que acabe logo a viagem
Que levou ela pra longe daqui
Sabe, quando passa a nuvem brasa
Abre o corpo, sopro do ar que traz essa pessoa
Quando quer ali deitar, se alimentar
E entregar seu corpo pra pessoa
Quando pensa porque não disse a verdade
É que eu queria que ela estivesse aqui

Sabe, quando a felicidade invade,
Quando pensa na imagem da pessoa.
Quando lembra que seus lábios encontraram
Outros lábios de uma pessoa.
E o beijo esperado ainda está molhado
E guardado ali,
Em sua boca
Que se abre e sorri feliz
Quando fala o nome daquela pessoa

Quando pensa porque não disse a verdade
É que eu queria que ela estivesse aqui
Sei,
Eu sei.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Os meninos músicos do Ceará agradecem a Humberto Zigler


Ele rege com o corpo. Aliás não rege: dança. Assim que percebi aquela melodia-dança, um jovem músico ao meu lado traduziu: "Ele é corpóreo", disse Arthur, também baterista, com bem menos idade e experiência.
Humberto Zigler é baterista e percussionista de nome marcante na cena brasileira do jazz.
Mas aqui no Ceará teve apenas uma semana para preparar mais de 40 crianças, adolescentes e jovens para duas apresentações no palco do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga 2013.
Em apenas sete dias o maestro sincronizou sopros, cordas e percusssões num tom jazzístico bem regional. Os meninos tocaram Luís Gonzaga belamente. E ele lá: dançando... Foi o som mais forte que escutei nos últimos tempos. Totalmente chocante. Agora, se eu que escutei só por 40 minutos estou assim, como estará a vida, a subjetividade de cada um daqueles pequenos que respiraram aquele som durante os últrimos sete dias. Por eles [e por mim] deixo aqui meu muito obrigada a Humberto Zigler.

foto: divulgação Humbetro Zigler

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Walden [ou Dentro da Natureza]


Uma ode a Manoel de Barros, por "Compêndio para o uso dos pássaros"



Hoje a tarde, no silêncio de Guaramiranga, me fizeram companhia os versos do lindo Manoel de Barros, além do gorjeio dos passarinhos, canto das cigarras, latidos da Paloma e cia e toda sorte de delícias do meio da floresta.
Lembraram-me meus dias de férias de infância por estas bandas de mata atlântica... Naquela época Guará era muito mais fria e eu nunca, nunca mesmo, sentia vontade ou pedia para voltar pra casa, lá na capital. Era como se tivesse nascida menina de interior...


Manoel de Barros fala com palavras que poderiam ser minhas: "Quando era criança eu deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio, Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto. Cresci brincando no chão, entre formigas.
(...)
Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor."


.


  
foto 1: bica Sítio Samambaia, 2011,  by me.
foto2 : casa de passarinho (com passarinho), Sítio Samambaia, 2011, by me.
foto 3: paloma e casa do Sítio Samambaia ao fundo, 2011, by me
foto 4: paloma fazendo minha segurança no banho de bica, by me 2011
título: Neste título rendo mais uma homenagem. É a Henry David Thoreau, por seu "Walden" livro fundamental na minha história de vida, que só me ajudou a ter mais certeza de que o meu lugar não é na zona urbana. 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Eu nunca sei o que faço...



"Eu nunca sei o que faço
Se dou dois beijinhos
Ou miro na boca
Se olho nos olhos mostrando carinho
Como quem diz eu quero ser seu"
(pedacinho da letra "dois beijinhos" , do seu Jorge)

Talk



... porque hoje eu sou exatamente esta canção.
(O arranjo e a melodia pra mim são ainda mais significativos e  fortes que a letra)

Gravity    coldplay

Baby
It's been a long time coming
Such a long long time
And I can't stop running
Such a long long time
Can you hear my heart beating
Can you hear that sound
Cuz I can't help thinking
And I won't stop now

And then I looked up at the sun
And I could see
Oh the way that gravity pulls
On you and me
And then I looked up at the sky
And saw the sun
And the way that gravity pushes
On everyone
On everyone

Baby
When your wheels stop turning
And you feel let down
And it seems like troubles
Hae come on around
I can hear your heart beating
I can hear that sound
but I can't help thinking
And I won't look now

And then I looked up at the sun
And I could see
Oh, the way that gravity pulls
On you and me
And then I looked up at the sky
And saw the sun
And the way that gravity pushes
On everyone
On everyone
On everyone

foto: meu apto, Praia do Futuro. 2012, by me

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Rei de mim



Há quase um mês repito este refrão, como um mantra.
Corro ouvindo, dirijo ouvindo...
Profissão de fé.
Sim: Deus vai dar aval...
Vai trazer tudo de bom e perfeito.
Por isso tenho me esforçado para ser bom, mais que bom...
Quase o super-homem de Nietzsche...
Cultivo a calma desse passarinho aí em cima,
Tão tranquilo que se deixou fotografar por mim às margens do Tâmisa,
mesmo eu tendo chegado tão perto [com minha câmera sem lente potente],
ele não se moveu, ficou lá... Confiante.
O refrão [segue abaixo] é da canção "De onde vem a calma", dos Los Hermanos...
Fiquem peixes!  Bom domingo, Letícia

"Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
Rei de mim."

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Só pra respirar o seu ar

Na companhia de "Rua de Sentido único", de Benjamin* estabeleço um diálogo com a canção Ultra-leve amor, do Jorge Vercilo.

"Passo de novo na rua em que você nasceu só para respirar o seu ar", declara infantil Vercilo.
Só nunca havia dito isto a você. Pois é. Confesso que já perdi as contas de quantas vezes passei devagarinho pela sua rua "só para respirar o seu ar". Sua rua é aconchegante. Adoro o vento frio que corre debaixo daquelas castanholeiras. Parece que vão trazer você para e mim. E o fazem por um breve instante. Parece que sinto o seu cheiro.
Mas nem sempre encontramos as flores que procuramos. E sou levada a concordar com Benjamin que diz: "A construção da vida passa nesse momento muito mais pela força dos fatos do que pelas convicções. Concretamente de fatos que quase nunca ou em lugar algum chegaram a transformar-se em fundamento de convicções."
Amargo é o sabor da desesperança, que chega na inevitável forma dos fatos. Seu coração não é meu.
Se há esperança? Sim.
Torçamos para que as nossas convicções sejam todas tolas e furadas. E que as surpresas perfumem o ar.
E deixa eu ir dar um stop em Ne me quitte pas** que começou a tocar ali no meu som, antes que eu não amanheça! Sim. "Porque ontem eu morri, mas hoje não morro mais" (PINHO).
Letícia Amaral
 

*no Livro "Imagens de pensamento", cap.Estação de Serviço, Walter Benjamin (Assírio & Alvim, tradução João Barrento)
**com Jacques Brel
***foto: Boneco de Neve, jan.2013 Londres, foto e escultura by Letícia Amaral)