terça-feira, 19 de dezembro de 2017

O mantra mais lindo de todos: assatoma





https://www.youtube.com/watch?v=hk8-R7umVNg

Em sânscrito: 

Om asatomo satgamaya
Tamasoma jyotir gamaya
Mrityorma amritamgamay

Quer dizer:
Senhor, nos leve do que é falso para a verdade
Nos leve do escuro para a luz
Nos leve do veneno para o nectar!!!

E um super amém para uma música tão agradável
Gratidão!!!


domingo, 15 de outubro de 2017

E por falar em inatual...



Let's make a memory
Roy Orbinson (1936-1988/singer/ USA)

https://www.youtube.com/watch?v=lNXb0QtytWs


Straight to the light...





...because we all need a beautiful song... 

"When I law down my fears
My hopes and my doubts
The rings on my fingers
Ans the keys to my house
With no hard feeelings..."

(No hard feelings, The Avett Brothers)

https://www.youtube.com/watch?v=tFGs7HP15d4



terça-feira, 3 de outubro de 2017

Trocando jornalismo por gastronomia (e a culpa é da Netflix)




Eu tinha uns 12 anos quando fiquei encantada com um doce típico de Portugal: o quindim, uma mistura de muitas gemas de ovo, açúcar e côco ralado. Eu achava aqueles bolinhos amarelos reluzentes tão belos que investi até em mini-forminhas de metal, para que ficassem originais. Fez sucesso na família. Tanto que até fiz para vender por encomenda por um tempo. Este foi só o primeiro passo na gastronomia... Depois vieram biscoitos, bolos, e, só por último, comida de verdade, para almoçar e jantar. Se tivesse nascido numa família de chefs, provavelmente eu teria trilhado esse caminho... Caminho que hoje trilho simplesmente em casa, para família e amigos...
Porém, dia desses, a série Chef's Table [France], de Netflix, me pegou. Estou até agora pensando no alto nível dessa série de documentários sobre os melhores chefs de cozinha da França... Os mais novatos têm, pelo menos, uma estrelinha Michelin.  Os documentários, feitos com muita arte e poesia, mergulham na singularidade de cada um dos chefs. Duas histórias me comoveram profundamente. A primeira é a do chef Alain Passard, que já tinha 3 estrelas com seu Arpége (84 Rue de Varenne, Paris), quando se converteu ao vegetarianismo. Os críticos não gostaram, nem os velhos clientes. Mas ele não ligou. Confiou no que estava sentindo e continuou a buscar inspiração nos legumes, todos produzidos por sua própria horta. "Minha horta me salvou", declara ele, que estava certo... Reconquistou cada uma de suas 3 estrelas, perdidas porque haviam sido conferidas à pratos de carne. Arpège segue incólume e Passard hoje vê a França cantando seus parabéns por 50 anos dedicados à alta gastronomia. Entre as delícias que ele criou está a torta de maçã em formato de buquê de rosas, a cebola flambada e a beterraba na brasa na crosta de sal.  
O segundo personagem incrível é Alexandre Couillon, chef do La Marine, hoje com duas estrelas Michelin. A história desse chef é muito curiosa. Ele nasceu e vive até hoje numa pequena ilha chamada de Noirmoutier, próximo de Nantes. Quando decidiu se dedicar à gastronomia, ele pensou: como ficar aqui? como ter clientes nesse fim de mundo no noroeste da França? A ilha de Noirmoutier tem um detalhe curioso. Em alguns dias do mês, por ocasião da maré alta, o único caminho que leva à ilha simplesmente desaparece. Fica inundado pelo mar. Essa marca de Noirmoutier faz com que seus moradores se sintam meio apartados da civilização... E o chef Couillon não era diferente... Sentia-se muito longe de tudo... Mas combinou com sua esposa: "Vamos tentar aqui por sete anos... Se não vingar, aí sim, vamos embora". E assim foi feito. Passou os primeiros sete anos do La Marine com pouquíssimos clientes, quase sem capital. Sua culinária sempre foi inspirada no mar e seu universo. Quando já estavam pensando em desistir, veio o inusitado: a primeira estrela!!! Então as coisas aconteceram. E Alexandre Couillon colocou a ilha de Noirmoutier no mapa da gastronomia internacional. 
Essas histórias são narradas com uma luz incrível, mergulhando nas imagens dos ingredientes e nas histórias de vida dos chefs.
Aí, a meninazinha dos quindins passou a se pegar pensando num menu irresistível para comer rezando e de preferência num ambiente de meia luz e sons de muito bom gosto... Pode ser só mais um sonho bobo, pode ser que seja realizado apenas para os mais próximos e amados... Mas tem sido uma maravilha vibrar com a gastronomia de novo. Para que o novo encontre a força do que é alegre e bom, para que eu faça feliz quem estiver ao meu redor, de preferência, ao redor de uma boa e bela mesa. 


Para ler ouvindo: Mon Dieu - Edith Piaf
https://www.youtube.com/watch?v=x0oMQu2id6I

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Sobre o perfeito musical "La la land, cantando estações"



(english version below)

Um roteiro mágico uniu a história e a música de um pianista de jazz a de uma atriz em começo de carreira, em Los Angeles: é a narrativa de La la land, cantando estações. A película que traz uma fotografia impecável foi embalada numa música conquistadora, envolvente e sofisticada porque deriva do jazz, com um toque da cultura pop, assinada pelo compositor americano Justin Hurwitz.  
Eu realmente gostaria de voltar ao cinema nos próximos dias, pelo menos mais umas sete vezes, para rever La la land. Para mim, ele acaba de desbancar o musical da minha vida: A Noviça Rebelde, um dos maiores clássicos musicais da história do cinema. 
Confesso que geralmente torço para musicais chegarem ao fim, pois raramente eles têm a medida equilibrada entre as cenas de dança e música, e cenas de diálogos ou outras passagens. Muitas vezes se tornam pesados, arrastados... 
Mas La la land acertou em cheio. É de se ficar esperando a próxima cena e rezando para que não termine tão cedo. O tempo é retrô. Parece que estamos nos anos 80. E na história, acompanhamos a vida de dois personagens apaixonantes. Imagine um músico louco por jazz, desses que colecionam folhetos e programas de apresentações de seus ídolos da música e objetos de memorabília (memória + afeto) com o grande plano de um dia ter sua própria casa de jazz... É o papel feito por Ryan Gosling. Enquanto a mocinha, interpretada por Emma Stone, é uma jovem barista [baristas fazem cafés] que sonha mesmo em atuar como atriz... Jovens e seus sonhos. Sonhos regados à muita musica e dança.
O diretor, Damien Chazelle (Whiplash, 2014), é quase um novato (tem apenas 32 anos) que se entregou à sua paixão mais verdadeira: fazer musicais inspirados em outras películas musicadas dos anos 60. Deu certo! La la Land foi exibido, primeiro, no Festival de Cinema de Veneza, em agosto de 2016. Até que no Globo de Ouro de 2017 (janeiro), o filme ganhou sete prêmios (um recorde para este festival), entre melhor musical, melhor roteiro, diretor, ator, atriz, trilha sonora e melhor canção com "City of Stars". 
Mas deixemos de conversa e vamos lá assistir La la land outra vez, de preferência com seu crush do lado (eu fui com o meu), porque esse filme merece ser visto algumas dezenas de vezes, amém! 
..................

English version:
A magical script has linked the history and music of a jazz pianist to that of an early-career actress in Los Angeles: it is the narrative of La la land, singing seasons. The film that brings a flawless photograph was packed with conquering music, engaging and sophisticated because it derives from jazz, with a touch of pop culture, signed by American composer Justin Hurwitz. 
I would really like to return to the cinema in the next few days, at least another seven times, to review La la land. For me, he has just unleashed the musical of my life: "The Sound of Music", 1965 (no Brasil: A Noviça Rebelde) one of the greatest musical classics in film history. I confess that I'm usually keen for musicals to come to an end, as they rarely have the balanced measure between dance scenes and music, and scenes from dialogues or other passages. Often they become heavy, drawn ... 
But La Land is perfect! We wait for the next scene and pray that it will not end so soon. The time is retro. It seems we are in the 80s. And in history, we follow the life of two entrancing characters. Imagine a jazz-crazy musician, of those who collect pamphlets and programs of presentations of their music idols and memorabilia (memory + affection) with the grand plan of one day to have their own jazz house ... It's the role made by Ryan Gosling. While the young girl, played by Emma Stone, is a young barista [baristas make coffees] who dreams of acting as an actress ... Young people and their dreams. Dreams flooded with music and dance. 

The director, Damien Chazelle (Whiplash, 2014), is almost a novice (only 32) who has given himself to his truest passion: making musicals inspired by other music films of the 60s. La Land was first screened at the Venice Film Festival in August 2016. Until the Golden Globe in 2017 (January), the film won seven awards (a record for this festival), among best musical, best Screenwriter, director, actor, actress, soundtrack and best song with "City of Stars".

But let's stop talking and let's watch La land again, preferably with your crush on the side (I went with mine), because this movie deserves to be seen a few dozen times, amen!


A trilha sonora:
https://www.youtube.com/watch?v=wR8QjkUpiew&index=7&list=PLQWJQoxscFn6g53FtE0LMBfuqRZeEwJwy


A canção "City of Stars":

https://www.youtube.com/watch?v=H0PnxXA6OjM&list=PLQWJQoxscFn6g53FtE0LMBfuqRZeEwJwy&index=33
....................................................
















quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Vamos de bike! Não deixemos que o medo se torne nossa profissão!



     Fazia tempo que eu tinha vontade de ir de casa para o trabalho de bicicleta. O que mais me motivava era o desejo de emagrecer, e, ao mesmo tempo, me livrar um pouco daquela sensação de estar presa num carro. Nunca gostei de dirigir. Dirijo porque é difícil encontrar outras saídas. O transporte público em Fortaleza é muito ruim e moro há 11 quilômetros do meu trabalho. Não é todo dia que uma pessoa está com disposição física para pedalar mais de 10 quilômetros.
Pois bem... Hoje, a vontade de sair pedalando era maior que eu e decidi ir! Vesti calça jeans com tecido elástico, tênis de montanhista (bem reforçado) e blusa de lycra amarela (bem “cheguei”), que era pra sinalizar bem minha presença nas ruas, além de capacete.
     A sensação de liberdade e de conforto com o meu corpo sobre a bicicleta foi incrível. Muito bom! Tomei cuidado por mim e pelos outros. Optei por ruas com ciclovias (nossa! Como ainda são poucas em Fortaleza!) ou ruas de menor movimento . E quando isso não era possível, subi algumas calçadas, bem devagar, sempre dando total prioridade aos pedestres. Em alguns momentos também foi necessário descer da bike e ir empurrando-a. Sem problemas!
Levei uma hora e quinze minutos para ir do bairro onde moro até meu endereço de trabalho, no bairro Benfica. Se fiquei muito cansada? Não mesmo! Em alguns momentos usei o tempo do semáforo vermelho para descansar! E isso foi o suficiente para chegar ao meu destino em paz, inteira e muito muito muito feliz!!!!
     Perceber a cidade com olhos de ciclista é simplesmente mágico e humanizador. Amei perceber que existem muitas casas lindas pelo caminho. Adorei notar que a cidade está cheia de ciclistas como eu: notadamente marinheiros de primeira viagem quando o assunto é ir para o trabalho de bike. Passear um pouquinho de bicicleta e voltar pra casa muitos fazem, eu sempre fiz... Mas usar a bike como transporte efetivamente, tirar um veículo das ruas, isso eu fiz hoje pela primeira vez. E sei que, a partir de hoje, farei isto muitas vezes. Acho que não farei todos os dias porque temo sentir dores nas costas, na minha lombar, que tem um histórico de lesão. Mas, de vez em quando, sim, irei demais!
     Outra pergunta comum: tive medo? Sim, claro, em alguns momentos. Sobretudo na avenida 13 de maio, que não sei por qual razão, ainda não tem ciclovia. Os motoristas de ônibus foram os mais agressivos, sem dúvida. Eles poderiam tranquilamente afastar um pouquinho mais da margem da calçada, mas não o fazem. Eles precisam ser sensibilizados para a importância de uma cidade com mais bicicletas. Os gestores públicos também precisam dessa conscientização, para decidam fazer ciclovias em TODAS AS RUAS E GRANDES AVENIDAS. Parece que eles ainda não entenderam que uma cidade pertence, primeiro, aos seus moradores, a não às máquinas. E os moradores das cidades são mais frágeis o quanto mais tiverem sem máquinas. Ou seja, desenhando: prioridade total para os pedestres, depois para ciclistas e carroceiros, em seguida para motociclistas, e só depois, deveriam vir os carros e companhia (ilimitada). Mas não, nossas cidades brasileiras dão total prioridade aos veículos motorizados. E isso está na cabeça de muita gente de uma forma bem arraigada, infelizmente. Lembro até de uma matéria de TV local na qual a repórter dizia que os motoristas estavam sendo prejudicados pelas novas ciclovias e seus “intrometidos ciclistas”. Pasmem! É nesse país que vivemos!!! Inacreditável. A gente não sabe de chora ou se foge pro além!!!!
     Para mudar tudo isso vai ser preciso muita paciência, diálogo, mais paciência, textões, passeatas e tudo mais que nossa criatividade permitir.
Pois bem, quero viver cada dia da minha vida sem deixar que o medo me paralize, sem deixar que o medo se torne minha profissão.
     E dedico esse texto à minha querida tia Maria da Graça Reis, defensora pública, mãe de quatro filhos, que, com um pouquinho mais de 50 anos (desculpa falar em idade, tia, rsrsrs), vai de bicicleta pra todo canto... E me fez sentir muita vergonha quando passou por mim de bicicleta um dia desses... E eu fiquei ali, dentro daquele carro claustrofóbico, vendo-a deslizar lindamente na minha frente, alegre, feliz e saradíssima Obrigada tia, obrigada por ser um dos meus grandes exemplos de vida. E vamos de bike sim! Cada vez mais! Com muito cuidado amigos, peloamordi!!!!