domingo, 18 de novembro de 2012

Não olhe agora, estou olhando pra você




"Na estrada o farol de quem se foi
não ilumina [mais]

Parece que a vida inteira esperei para te mostrar
Que na rua dia desses me perdi
Esqueci completamente de vencer
Mas o vento lá da areia trouxe infinita paz

 Não olhe agora, estou olhando pra você"
(OTM)

Cheia de inspiração por causa do Teatro Mágico, parte II 

sábado, 17 de novembro de 2012

Ao O Teatro Mágico, com carinho by Letícia Amaral, jornalista

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"
Obrigada pelo mar de ternura das poesias
"colo confesionário", a volta do meu coração amável
sonho (romântico) possível, e como tal, enevoado, impreciso,
acordar,
"e amanheça brilhando mais forte que a estrela do norte",
Fiquem peixes (tranquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiilossssssssssss)!!!!!


"Me resolvi por subir na pedra mais alta
Pra te enxergar sorrindo da pedra mais alta
Contemplar teu ar, teu movimento, teu canto
Olhos feito pérola, cabelo feito manto
Sereia bonita sentada na pedra mais alta
To pensando em me jogar de cima da pedra mais alta
Vou mergulhar, talvez bater cabeça no fundo
Vou dar braçadas remar todos mares do mundo
O medo fica maior de cima da pedra mais alta
Sou tão pequenininho de cima da pedra mais alta
Me pareço conchinha ou será que conchinha acha que sou eu?
Tudo fica confuso de cima da pedra mais alta
Quero deitar na tua escama
Teu colo confessionário
De cima da pedra não se fala em horário
(AMO!!!!!)
Bem sei da tua dificuldade na terra
Farei o possível pra morar contigo na pedra
Sereia bonita descansa teus braços em mim
Eu quero tua poesia teu tesouro escondido
Deixa a onda levar todo esboço de idéia de fim
Defina comigo o traçado do nosso sentido
Quero teu sonho visível da pedra mais alta
Quero gotas pequenas molhando a pedra mais alta
Quero a música rara o som doce choroso da flauta
Quero você inteira em minha metade de volta"
(A pedra mais alta, O Teatro Mágico)
*fotografia: Divulgação O Teatro Mágico

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Seca e poesia


E eis que quando menos espero
Em plena estiagem, seca das mais crueis, até mesmo conosco, sujeitos da cidade
Me chega a poesia do Belchior
E me comunica direto ao coração um hino (muitos hinos) de cearensidade
Sim, somos homens do deserto, beduínos de alma romântica

"Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não
Eu canto"
("Divina Comédia Humana"/ Belchior)
(sobe o som da gaita)

E ainda...

"Eu tenho medo de abrir a porta
Que dá pro sertão da minha solidão
(...)
Faca de ponta e meu punhal que corta
E o fantasma escondido no porão
Medo, medo. medo, medo, medo, medo
(...)
Eu tenho medo Estrela do Norte, paixão, morte é certeza
Medo Fortaleza, medo Ceará
Medo, medo. medo, medo, medo, medo
Eu tenho medo e já aconteceu
Eu tenho medo e inda está por vir
Morre o meu medo e isto não é segredo
Eu mando buscar outro lá no Piauí
Medo, o meu boi morreu, o que será de mim?
Manda buscar outro, maninha, no Piauí"
(Pequeno Mapa do Tempo/Belchior)






segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Essa força 'amor'


E até que depois de profundas olheiras, descansamos (mas nunca em paz).
Aceitamos reflexão de Schopenhauer  sobre isso que os homens da representação decidiram chamar de amor. "É ele a meta final de quase todo esforço humano, exercendo influência prejudicial nos mais importantes casos, interrompendo a toda hora as mais sérias ocupações, às vezes pondo em confusão por momentos até mesmo as maiores cabeças, não se intimidando de se intrometer e atrapalhar com suas bagatelas, as negociações dos homens de estado e as investigações dos sábios, conseguindo inserir seus bilhetes de amor e suas madeixas até nas pastas ministeriais e nos manuscritos filosóficos, urdindo diariamentre as piores e mais intricadas disputas, rompendo as relações mais valiosas, desfazendo os laços mais estreitos, as vezes tomando por vítima a vida, ou a saúde, às vezes a riqueza, a posição e a felicidade, sim, fazendo mesmo do outrora honesto um inescrupuloso, do até então leal um traidor, entrando em cena, assim, em toda parte como um demônio hostil, que a tudo se empenha por subverter, confundir e pôr abaixo; - quando consideramos tudo isso, somos levados a exclamar: para que tanto barulho?! Para que o ímpeto, o furor, a angústia e a aflição?! Trata-se simplesmente de cada João encontrar a sua Maria: por que tal ninharia deveria desempenhar um papel tão importante e trazer sem cessar perturbação e confusão para a vida humana bem-regrada? - Mas ao investigador sério o espírito da verdade revela aos poucos a resposta: não é nenhuma ninharia, mas a importância da coisa é perfeitamente adequada à seriedade e ao ardor dos impulsos. O fim último de toda disputa amorosa, seja ela com borzeguim ou coturno, é realmente mais importante que todos os outros fins da vida humana, e, portanto, merece por inteiro a seriedade profunda com a qual cada um o persegue. De fato, o que aí é decidido não é nada menos do que a composição da próxima geração."
(Metafísica do amor, Metafísica da morte, Arthur Schopenhauer)

* figura domínio público Romeu e Julieta