sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Eu quase que não consigo ficar na cidade sem viver contrariado



https://www.youtube.com/watch?v=O6CQsOI2qMg&index=10&list=PLBmUHBesKdEG97dXUYhQRyEApx59fxv45

Na música eu gosto da ternura do Gilberto Gil, da profundidade do Ney Matogrosso, da intensidade do Cazuza e Legião Urbana... Da doçura dos Doces Bárbaros e dos Novos Baianos. Amo a brejeirisse do Ednardo, de todos os mineiros do Clube da Esquina e do Skank. Sou louca pela matutice cearense do Belchior, do  Raimundo Fagner,  da Mona Gadelha...
Hoje, por exemplo, foi um dia pesado... A vida e suas lutas. Aí é só colocar o Gil pra me cantar o Refazenda inteirinho... "(...) alguém com sua força pra me proteger, alguém com seu carinho pra me confortar,  alguém com olhos e coração bem abertos pra me compreender... Eu passei muito tempo aprendendo a beijar outros homens como beijo meu pai..." Alívio total... Alívio imediato, como diriam os Engenheiros do Hawaí, que eu nem curto taannntooo, mas que gravaram "Alívio imediato", que é melhor que um rivotril.  Era de aquarius, como já dizia Gil em Refazenda, uma era baldeada, tão baldeada que o melhor é mesmo mudar-se para dentro, em "Retiros Espirituais", como nos ensina mais uma vez Gilberto Gil em Refazenda..."Lá, lá, lá, lá, lá, lá... (...) o seu sorriso de verão! Até seu precioso bom humor voltar", saravá Gil... "Viver é [mesmo] simplesmente um grande balão"!!! Gratidão, gratidão, gratidão! E deixa eu trazer esse povo todo pro meu bom humor... Deixa eu correr do mau humor deles, deixa eu fugir em disparada desse povo workaholic que fala alto ao telefone como se todo mundo tivesse na mesma meta deles! E deixa eu respirar profundamente com o Ney Matogrosso e tudo que ele canta... Amém! Glória ao cosmos porque nos trouxeram semi-deuses que cantam e tocam instrumentos musicais que podemos usar nos nossos "Retiros Espirituais"... "Como estar defronte de uma coisa e ficar horas a fio com ela! VoCê há de achar gozado Barbarela dita assim desta maneira, brincadeira sem nexo"!!! "Eu quase não falo, eu quase não sei de nada... Sou como rês desgarrada nesta multidão... Boiada caminhando a esmo!"










sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A primeira carta que recebi nesta vida


Gosto de guardar neste blog todas as palavras, cartas e textos meus e de alguns preferidos. O texto deste post é a transcrição de um postal enviado para mim, quando eu tinha dois anos e seis meses. A pequena carta me foi enviada pela minha avó Zaida Pamplona Garcia Amaral, meu segundo grande amor materno nesta vida. Ela estava passando uns dias em Brasília, visitando tio Rubenzinho. Eu provavelmente devo ter entendido muito pouco, na época. Mas algum carinho devo ter percebido. Com o passar dos anos, as palavras dela neste singelo postal, me deram muita força, me ajudaram a seguir em momentos difíceis. A luz de minha avó Zaida era forte, cristalina, perfeita. Guardo este postal num porta retrato, mas como muitos anos já se passam, o texto vai, aos poucos, se apagando... Para jamais apaga-lo da minha memória, transcrevo-o agora.

Brasília, 11 de abril (a palavra abril está riscada) de 1979 maio

Querida Letícia, 

Beijos!
Há muito tempo que guardo esta figura para lhe mandar. Acho que agora você já pode conhecer a Branca de Neve e os sete anões. Vão brincar com você e fazer você não esquecer a vovó que tem muitas saudades de você. Quando eu chegar aí vou apertá-la muito! Será em julho, nas férias. Creio que a mamãe já se operou do dedo. Beije o dodói da mamãe para ela ficar boa logo. Ela não poderá me escrever tão cedo. Estou rezando para ela ser feliz na operação. Que Jesus esteja ao lado dela ajudando. Eu estou bem. Só as saudades maltratam. Acho que não viajarei mais. Envio estas figurinhas para você e o papai colorirem, para você aprender. Espero que goste. Aqui tudo bem, mas eu não gosto de nada. [seguem duas frases que já estão ilegíveis]. beijos







quinta-feira, 28 de julho de 2016

Sobre a película "Julieta", de Pedro Almodóvar




A ousadia do filme "Julieta", do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, começa pelo nome da película. Quem, senão Almodóvar, arriscaria escolher um nome tão clássico para ser resignificado no cinema? Imagine alguém ousar criar outra Julieta além da de Shakespeare? Pois Pedro o fez. E fez em grande estilo.
Um bom filme é aquele que nos faz pensar, aquele que a gente deixa a sala de exibição num certo estado de choque. Mas além de fazer pensar um bom filme tem que vir embalado num pano de veludo vermelho: imagens com direção de arte impecável e roteiro arrebatador.
É num veludo vermelho que "Julieta" abre as cortinas de seu roteiro. Aquela imagem fechada em um busto feminino vestido num belíssimo pano encarnado respira junto com cada expectador. Uma abertura perfeita que vai revelar Julieta ( Emma Suarez) em idade madura: uma mulher de cinquenta e poucos anos, bela, cheia de mistérios. Um personagem ambíguo, como cada um de nós. Julieta ensina filosofia clássica, fala bem diante de uma sala de aula, do contrário, cala-se. O silêncio costuma gerar pessoas dispépticas, diria Frederich Nietzsche. É possível amar um filho e conversar pouco com ele? Para Julieta sim, mesmo que isso gere uma filha infeliz e carente de equilíbrio. Precisamos falar mais, dialogar mais. Mesmo que esse diálogo doa como o corte de um bisturi, como afirma Freud. 
Julieta é um mergulho na alma humana, traz uma digressão após a outra. Reflete sobre culpa, vingança e o sentimento de alguém que teve um ente querido desaparecido. Sim, só é possível imaginar a dor de alguém que perdeu alguém assim, quem passou pelo mesmo problema. Seu filho desapareceu? Não é possível tanta dor! Melhor seria sepultar, pensa a mãe desesperada. A tortura de pensar em alguém que não se sabe para onde foi é devastadora.
No meio de tanta dor Almodóvar ainda encontra espaço para pensar o amor: o amor inconsequente de uma paixão relâmpago dentro de um trem, o amor que cresce ao ponto de se tornar uma tatuagem, um amor que ama e pune, um amor que não perdoa a luxúria.
A Julieta de Almodóvar não é apenas uma mulher bonita. É uma mulher inteligente, aventureira como um centauro sagitariano (Julieta jovem: Adriana Ugarte), confiante, intelectual, sexy, perigosamente silenciosa. 
Belos e complexos também são os outros personagens: a filha Antía, o marido Xoan. Com eles Pedro reflete sobre dor e fuga. Até onde será preciso fugir para tentar escapar da dor? Até a linha do horizonte de um mar em tempestade? Até as montanhas? 
Saí do cinema pensativa... E fiquei assim por mais um dia inteiro. Julieta já é um dos melhores de Pedro Almodóvar.

O cineasta espanhol Pedro Almodóvar nasceu em Madrid, no ano

de 1949. Ele estreou no cinema nos anos 80.

E de lá para cá lançou 21 filmes.

Almodóvar já foi indicado ao óscar 4 vezes por “Mulheres à beira 

de um ataque de nervos”, “Tudo sobre minha mãe” e “Fale com 

ela”.

Em Cannes já foi premiado quatro vezes:

em 1999 com “Tudo sobre minha mãe”, que ficou com o prêmio de

melhor diretor e melhor filme. Em 2006, melhor roteiro, com 

“Volver” e em 2011, ficou com o prêmio da juventude por “A pele 

que habito".





Ouça a trilha sonora de "Julieta" aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=L2FnsopjVto



segunda-feira, 25 de abril de 2016

Um pouco de Kriya yoga


Para meditar existem muitos caminhos
Mas quase todos eles, aqueles mais sérios, consistem basicamente em poucos pontos...
Sentar-se com a espinha ereta
Fechar os olhos
Uma técnica que facilita a concentração é ater-se ao ponto entre as sobrancelhas
Depois respire profundamente
Em seguida expire um pouco mais lentamente do que inspirou
Imagine a eletricidade da respiração correndo por toda a sua espinha vertebral
De  baixo até em cima 
De cima até embaixo
Deus está na sua coluna vertebral
É uma reconciliação com a divindade
É a ciência da religião
A coluna vertebral e o cérebro são altares de Deus
É de onde a eletricidade de deus flui para o sistema nervoso
E para o mundo
(em ondas de energia)
Geralmente as lanternas dos sentidos ficam voltadas para fora
A Kriya Yoga inverte estas lanternas 
Faz a pessoa voltar as lanternas para dentro
Muitos relatam contemplar, assim, a face ou a energia do criador
Técnica de recarregar a energia do corpo com energia cósmica
Nem credo nem dogma, ciência
Foram mais ou menos estas as palavras de Paramahansa Yogananda sobre a Kriya Yoga num congresso em Boston (EUA), em 1920




É só você bater pra entrar na minha história




Há alguns dias me apropriei desta canção como se ela tivesse sido escrita por mim...
Mas é uma composição do capixaba Luís Capucho...

Máquina de escrever

Meu coração é uma máquina de escrever
As paixões passam, as canções ficam
Os poemas respiram nas prisões
Pra ler um verso, ouvir
Escutar meu coração falar
Até se calar a pulsação
Meu coração é uma máquina de escrever
No papel da solidão
Meu coração é
Da era de Gutemberg
Meu coração se ergue
Meu coração é
Uma impressão meu coração
Já era
Quando ainda não era a palavra emoção
Mas há
Palavras em meu coração
Letras e sons
Brinquedos e diversões
Que passem as paixões
Que fiquem as canções
Nos poemas nos batimentos das teclas da máquina de escrever
Meu coração é uma máquina de escrever ilusões
Meu coração é uma máquina de escrever
É só você bater
Pra entrar na minha história.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Jornalista Letícia Amaral


Portifólio de jornalista Letícia Amaral (english bellow)

Letícia Amaral atua como jornalista do Departamento de Comunicação e Marketing da Universidade Federal do Ceará, compondo a equipe da UFC TV. É mestre Comunicação e Linguagens pela Universidade Federal do Ceará (UFC), 2014. É especialista em Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (2011). Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (1999). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Telejornalismo, Audiovisual, Teorias da Comunicação e da Imagem, Mídia e práticas socioculturais. Causam fortes impressões em suas pesquisas as idéias de Walter Benjamin, Friedrich Nietzsche, Michel Foucault, Gilles Deleuze e Giorgio Agamben. Atuou como repórter e editora na Televisão Verdes Mares, afiliada Rede Globo em Fortaleza-CE, de 2000 a 2014. Algumas de suas reportagens podem ser vistas no endereço eletrônico:https://www.youtube.com/channel/UCq_eGUb5FXTPhMqr5t7pVSw/featured?view_as=subscriber

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Amaral Leticia works as a journalist for the Department of Communication and Marketing of the Federal University of Ceará, composing the UFC TV team. He is a Master in Communication and Languages at the Federal University of Ceará (UFC), in 2014. He specializes in Communication and Image Theories at the Federal University of Ceará (2011). He holds a degree in Social Communication from the Federal University of Ceará (1999). She has experience in Communication, with emphasis on Telejournalism, Audiovisual, Theories of Communication and Image, Media and sociocultural practices. The ideas of Walter Benjamin, Friedrich Nietzsche, Michel Foucault, Gilles Deleuze and Giorgio Agamben are strongly impressed in their research. He has worked as a reporter and editor at the Verdes Mares Television, affiliated Rede Globo in Fortaleza-CE, from 2000 to 2014. Some of his reports can be seen at the following e-mail address:
https://www.youtube.com/channel/UCq_eGUb5FXTPhMqr5t7pVSw/featured?view_as=subscriber